Publicado no Observador
Poe Bruno Fonseca Lobo
A luta contra o wokismo não é uma querela partidária ou ideológica; é uma luta pela própria sobrevivência dos valores fundamentais que definem a nossa civilização.
A Europa, outrora o farol do mundo, berço do pensamento crítico e epicentro de uma civilização que moldou a modernidade, encontra-se agora num declínio insidioso, enredada numa nova Era. Desta feita, porém, não são os inquisidores religiosos que lançam mão do estandarte da ortodoxia, mas sim os arautos de uma tirania ideológica que se apresenta sob o manto hipócrita da justiça social e da inclusão. Refiro-me, evidentemente, ao fenómeno do wokismo, uma força aparentemente inofensiva, mas que opera como uma praga silenciosa, corroendo os fundamentos do livre pensamento e da pluralidade.
Sob o pretexto de corrigir desigualdades históricas, o wokismo exige uma adesão totalitária a uma nova ortodoxia cultural, sufocando qualquer forma de dissidência. Os dissidentes não enfrentam a fogueira literal, mas sim a sua versão contemporânea: a censura implacável, o ostracismo público e a destruição de reputações. Esta nova inquisição não precisa de grilhões físicos; o medo de ser rotulado de intolerante, reacionário ou, pior, fascista, é suficiente para assegurar a submissão.
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