Por Jet
Nos 50 anos do 25 de Abril, saudamos o rigor e a isenção jornalística nas questões de identidade de género.
Assinalar o 25 de abril é (também) sinónimo de liberdade de expressão, de abolição do pensamento único, de homenagear todos aqueles que se bateram estoicamente para eliminar o pidesco lápis azul, em estreita lealdade com a verdade dos factos.
Saudamos por isso, todos os jornalistas que na comunicação social portuguesa se têm mantido fiéis ao seu código deontológico, informando com isenção um assunto de extrema importância e urgência como são as questões identitárias.
Um tema que ganhou recentemente grande destaque com os resultados do Cass Report, relatório de uma cuidada investigação realizada no Reino Unido, revelador de uma perigosa cultura ideológica no tratamento médico de crianças e jovens em questionamento de género e com impactos diretos também na saúde transgénero em Portugal. Recorde-se que, em média, se realiza uma cirurgia de mudança de sexo por semana no Serviço Nacional de Saúde.
Neste momento, as recomendações de boas práticas inseridas no Cass Report para a forma como devem ser tratadas as crianças e os jovens em questões de disforia de género) estão em acesa discussão em diferentes países… Do Reino Unido à Escócia, passando pelos Países Baixos, Bélgica, Canadá, Austrália ou Estados Unidos o debate tem sido aceso nos jornais e canais de televisão.
O Juventude em Transição (JeT), recorde-se, debruçou-se na semana passada sobre o tema, com a isenção que nos caracteriza. O texto pode ser lido aqui.
Top dos mais odiados pelos transativistas
Nesta semana em que enaltecemos a liberdade de expressão e a sua incontornável importância para a dignidade humana (a vários níveis), vamos também recordar algumas das vítimas (apenas algumas entre as várias) dos agressivos movimentos woke dos ativistas LGBT.
Hilary Cass – A reputada pediatra fez uma investigação, durante quatro anos, ao Tavistock, a maior clínica de género do Reino Unido (e de toda a Europa) e concluiu que as crianças tratadas neste serviço foram abandonadas à sua sorte devido “às evidências notavelmente fracas” em relação aos tratamentos hormonais e cirúrgicos a que foram sujeitas às mãos de médicos pouco criteriosos. A médica denunciou ainda o clima de “toxicidade ideológica” num tema que deveria ser da estrita área da saúde mental dos jovens. “A toxicidade do debate é perpetuada pelos adultos, e isso por si só, é injusto para as crianças que são apanhadas no meio dele. As crianças estão a ser usadas como uma bola de futebol e este é um grupo pelo qual deveríamos mostrar mais compaixão”, disse a pediatra ao The Guardian. O impacto destas conclusões está a ser bombástico e já determinou a imediata suspensão de prescrição de hormonas aos jovens pacientes e o encerramento da unidade hospitalar. Agora, a médica veio dizer que está a ser ameaçada online e foi mesmo desaconselhada a andar de transportes públicos. Um pequeno transtorno já denunciado pela médica e que vem abalar ainda mais a frágil reputação dos defensores da ideologia trans.
JK Rowling – É quase impossível resumir em meia dúzia de linhas os inúmeros ataques de que a escritora tem sido vítima nos últimos anos quer por parte de ativistas LGBT – chegaram a colocar a sua morada na net, ameaçando-a de morte – quer por parte de jornalistas transativistas que deliberadamente manipulam informação cimentando a ideia falsa que a autora é transfóbica. Foi no Verão de 2020, no pico da pandemia, altura em que a vulnerabilidade mental dos jovens e o frenesim dos influencers trans estavam no seu auge, que a autora de Harry Potter, criticou um artigo escrito supostamente sob os preceitos da “inclusão” e onde se referia às mulheres como “pessoas que menstruam”. JK Rowling limitou-se a escrever – “Pessoas que menstruam? Tenho a certeza que existe uma palavra para essas pessoas… Alguém me ajude. Wumben? Wimpund? Woomud?”… A partir daqui nunca mais pararam as hostilidades que, ainda assim, não têm demovido a escritora de usar a sua bem audível voz na defesa dos jovens e das mulheres. Há muito que a autora de Harry Potter denuncia os perigos da ideologia trans, seja pela intrusão de homens, que alegam ser mulheres trans, nos espaços e áreas reservadas às mulheres (não só casas de banho, mas nos desportos, prisões, centros de abrigo, etc), seja pela inesperada espiral de casos trans em pessoas muito jovens, muitos deles pela via do contágio social, seja pelos dúbios interesses envolvendo organizações LGBT que, com a ajuda de jornalistas transativistas, fizeram escalar esses casos. A Mermaids, a poderosa organização LGBTQ britânica, parceira da ILGA Europa, tem estado envolvida em várias polémicas, desde a distribuição de binders (espécie de espartilho para espalmar os seios tornando-o mais masculino, com fortes contra-indicações médicas) a menores sem o conhecimento dos pais até à inclusão, na sua direção, de pessoas com dúbias ligações a redes pedófilas. Todos estas polémicas têm sido denunciadas por JK Rowling, ganhando uma projeção meteórica e enfurecendo os ativistas.
Abigail Shrier – Premiada jornalista do Wall Street Journal e autora do livro “Irreversible Damage: The Transgender Craze seducing our Daughters” poderia eventualmente competir com JK Rowling no top das figuras mais odiadas entre a comunidade trans mais extremista. O seu livro, que ganhou o galardão de melhor livro do ano pelo The Economist e do The Times, em 2021, foi o primeiro a alertar de uma forma impactante para o fenómeno trans assente no contágio social, dando a conhecer o termo cunhado por Lisa Littman, investigadora (e outra vítima dos transativistas) com a designação de Rapid onset Gender Dysphoria (ROGD, em tradução livre, Disforia de Género de Início Rápido), ou seja, pessoas sem antecedentes de questões de identidade e que de um momento para o outro passaram a assumir-se como trans. O livro, que apenas antecipou em mais de três anos tudo aquilo que tem vindo a ser confirmado sobre a medicina ao serviço da ideologia de género, tem passado por diversas tentativas de cancelamento desde a histeria de funcionários LGBT da Amazon, a suspensões temporárias por parte da Target e até manifestações pelas ruas como aconteceu em Israel quando Abigail Shrier tentou publicar a versão em hebreu. Ao contrário da desinformação espalhada pelos transativistas, o livro resultou de uma cuidada investigação por parte da jornalista que falou com dezenas de pessoas entre trans, detrans, pais e profissionais de saúde mental. E a principal conclusão é que a saúde transgénero tornou-se um negócio de milhões, não só a nível farmacêutico com a produção de terapias hormonais, como nas cirurgias de mudança de sexo com a multiplicação de novas aberturas de clínicas de género.
Ricky Gervais – Temida por muitos e deixando um rasto de cancelamentos (incluindo despedimentos) de um número elevado de pessoas em todo o mundo, a ideologia trans começou paulatinamente a ser desmontada de forma ‘light’ através do humor! Um dos mais brilhantes comediantes do mundo, o britânico Ricky Gervais, tem sido um dos mais cáusticos e o tema tem estado presente em todos os seus espetáculos mais recentes mas com um custo – o também ator foi forçado a reforçar a segurança depois de ter recebido “cartas ameaçadoras” da comunidade LGBT. Algo que só acicatou a sua criatividade mordaz na abordagem pública sobre os extremismos da ideologia trans.
Dave Chapelle – É outra afamada vítima dos wokistas trans. Enfurecidos com a inclusão de piadas sobre esta comunidade nos seus espetáculos, os ativistas tentaram mesmo cancelar a transmissão do The Closer no popular canal de streaming Netflix. Mas como começou esta contenda com o popular comediante americano? Precisamente em defesa dos comentários de JK Rowling, ao salientar tão somente que o género masculino ou feminino são “factos”. A partir daí, não mais parou… A escalada de protestos levou mesmo a que funcionários LGBT da Netflix fizessem greve para tentar impedir a sua transmissão e obrigando o CEO, Ted Sarandos, a desculpar-se pela sua decisão de manter o programa mesmo ferindo algumas suscetibilidades. Mas o especial The Closer acabaria não só por ser transmitido, como esteve durante várias semanas no top dos programas mais vistos da Netflix, a nível mundial.
Kenneth Zucker – Psiquiatra reputado canadiano e um dos ‘Pais’ do DSM, o manual das doenças mentais, foi inesperadamente afastado da direção clínica do Centre for Addiction and Mental Health, a maior clínica de género de Toronto, em 2015, por defender a psicoterapia e não os bloqueadores hormonais no tratamento de crianças com disforia de género. Os transativistas acusaram-no de estar a fazer terapias de conversão por não validar de imediato os autodiagnósticos dos seus jovens e conseguiram que o psiquiatra fosse afastado da clínica onde já trabalhava há 35 anos. O médico acabaria por processar a clínica que não conseguiu provar as ditas práticas de conversão, acabando por ser obrigada a pagar uma indeminização de 500 mil dólares ao médico. Num comunicado público, a CAMH assumiu o seu erro e pediu desculpas ao psiquiatra.