Publicado no jornal Sol
Por Joana Amaral Dias
Quem continua a defender a ideologia de género em curso é um lobo com pele de cordeiro.
Bem Vindo, Passos Coelho! Muito bem vindo seja à distópica realidade de 2024, no qual as nossas crianças estão a ser atacadas na sua inocência, destruídas na sua essência e no que, precisamente, nos fez passar de primatas superiores a homo sapiens sapiens. De hominídeos a Humanidade.
De facto, quem continua a defender a ideologia de género em curso é um lobo com pele de cordeiro, um criminoso que se faz passar por paladino da inclusão e do progressismo. Vejamos os números: em Portugal, por semana, dez pessoas (uma delas menor) muda de nome e género no Cartão de Cidadão. Pois: é assim tão fácil e tão simples. Também todas as semanas, realiza-se uma cirurgia de redesignação de sexo no Serviço Nacional de Saúde. Mas que números súbitos são esses? E não é só por aqui. A outrora prestigiada Tavistock passou de uma média habitual de cerca de 250 pacientes anuais para mais de 5.000 em 2022. O que se passa quando se sabe que a disforia de género é residual?
Possivelmente, passa-se um fenómeno de contágio social, como o provocado pelo romance Werther de Goethe. Esse protagonista suicida levou a dezenas de suicídios por imitação no século XVIII. Ou julgamentos da bruxa de Salem, no século XVII: um grupo de crianças começou a experimentar episódios convulsivos que foram atribuídos à bruxaria, levando à execução de 20 pessoas, quando se tratava de histeria em massa. Ou como os contemporâneos homicídios por imitação, copy cat.
Não admira. Quando a propaganda entra em força na escolas e televisões, é fácil constituírem-se essas cadeias de contágio virais, correndo como fogo em palha seca.
Há pessoas verdadeiramente trans (cujo sofrimento é excruciante) e depois há toda uma mole humana frágil, só, e muito confusa que é facilmente recrutada para estas ‘causas’ aglutinantes de angústias. Simples convence-las que o seu problema não é uma infância de dor, um país sem futuro, ou até a doença psicológica de que padecem. O problema é que estes exércitos de gente perdida, uma vez influenciado, manietado, terá que depois viver para sempre com as suas escolhas, sejam elas amputações ou castrações.
De resto, os escândalos que envolvem estas agências de propaganda como o que pende sobre a famosa World Professional Association for Transgender Health (que ocultou os efeitos adversos dos tratamentos hormonais e cirúrgicos e as graves comorbidades psiquiátricas de muitos jovens), ou o que cobre de vergonha a mencionada clínica Tavistock (após uma catadupa de denúncias de má prática médica) revelam a carnificina em marcha.
E porquê? Para quê? A ambição globalista (tão pujante na covid) de transformar a humanidade numa colossal horda amorfa e passiva de espetadores-consumidores (’não terás nada e serás feliz’), obriga não apenas a criar graves adições digitais mas também à destruição dos laços familiares e românticos, dos afetos e da sexualidade. Só assim, sem memória, sem pertença e sem desejo, o homo sapiens sapiens se escravizará aos ecrãs – ainda antes de se fundir com eles. Só sem identidade, sem limites, sem culturas nacionais, se conseguirá partir definitivamente a espinha ao homo erectus, verga-lo ao chão e pô-lo a rastejar pelo Mercado, o Deus Mercado, Transnacional, Global, Omnispresente, Ominisciente, Total. Absoluto.
Por isso, Pedro Passos Coelho, seja bem vindo. Já percebeu uma parte. Agora só lhe falta isto. Para o ano, falamos.
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